quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A experiência do professor Felipe Martinez com Educação Física nos anos iniciais

Depois do pré-estágio III do curso de Educação Física realizado em 2011 na escola Cidade do Rio Grande, no Caic, o professor Felipe Martinez recebeu o convite para permanecer e propor um projeto de resgate de brincadeiras folclóricas, voltado aos 1º, 2º e 3º anos. Felipe aceitou o desafio e ao longo de 2012 apresentou novas experiências corporais e educativas aos estudantes, promovendo o aperfeiçoamento das que eles já tinham. Além das referências metodológicas da área, o professor priorizou no planejamento e no desenvolvimento das aulas um procedimento necessário e muito próprio do Caic: a escuta do grupo. Felipe foi aprovado no concurso da Polícia Militar do Estado de São Paulo e logo assumirá uma vaga no Corpo de Bombeiros paulista. O professor relatou ao Acontece no Caic suas impressões sobre o projeto de Educação Física realizado nos anos iniciais e sobre a experiência na escola.

"Meu primeiro contato com o Caic aconteceu no primeiro semestre de 2011, quando realizei meu pré-estágio III, em que houve três encontros com a turma do 3º D, no turno da manhã. No semestre seguinte, ganhei uma bolsa para trabalhar com os anos iniciais, mais especificamente com 2º e 3º anos, com a finalidade de resgatar brincadeiras folclóricas. O projeto teve como objetivos proporcionar novas vivências corporais e educativas as crianças, bem como aperfeiçoar as quais elas já possuíam.

No início deste ano, fui convidado pela Débora [diretora do centro] a voltar ao Caic e trabalhar com a Educação Física nos 1º, 2º e 3º anos. Após as conversas com a diretora e a coordenadora pedagógica, praticamente tive "carta branca" na questão de metodologias e conteúdos a serem trabalhados nas aulas.

Ao pensar e repensar de quais maneiras iria desenvolver as aulas, não pesquisei metodologias que eu poderia aplicar nas aulas. Pela experiência que tive no projeto do ano passado no Caic, o primeiro passo seria conhecer os alunos, apesar de já conhecer muitos deles. Acreditava que eles precisavam saber que eu "sabia quem eles eram e que me importava com cada um deles", sempre ouvindo tudo o que cada um me contava, ou observando os movimentos que me demonstravam.

Acredito que com o tempo deu certo, apesar de serem quase 200 alunos, pois as crianças passaram a me ouvir também. Outro método que procurei desenvolver foi trabalhar o tempo todo com a Educação Física de maneira lúdica. Não queria que o motivo das aulas de Educação Física fossem boas apenas pelo fato de estarem fora da sala de aula. Desenvolvi aulas que propuseram momentos de alegria, prazer, entretenimento. Procurei não trabalhar os esportes hegemônicos, com exceção do futebol que acredito ser algo que não se pode negar pela forte cultura presente, não apenas local, mas nacional.

Acredito que conquistei algo muito difícil que foi das crianças me respeitarem não pelo autoritarismo, mas pelo vínculo afetivo que foi construído ao longo do tempo. No momento que pensei sobre quais conteúdos trabalharia com as crianças, decidi continuar, de um modo indireto, o projeto do ano passado, no resgate de brincadeiras folclóricas. Porém, pensei em inserir novos conteúdos, a partir dos conhecimentos adquiridos na graduação. Adaptei muitas atividades que vivenciei na faculdade para uma forma mais lúdica, que despertasse o interesse das crianças. Nesses meses de trabalho, consegui atingir esses objetivos e espero ter atendido às expectativas do Caic com as crianças. Levarei por toda a minha vida a vivência que tive no Caic, onde aprendi muito com as pessoas que integram o Centro, com os professores e principalmente com as crianças. Um aprendizado único que me fez crescer, tanto profissional, como pessoalmente".
Cenas da aula de Educação Física com o professor Felipe Martinez
Fotos: Andréia Pires









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